Contrate o seu plano funerário 100% online. É fácil, rápido e seguro. ADQUIRA JÁ O SEU
  •  Antonio Batista  |  
  •  23/04/2018

LUTO INFANTIL: COMO AJUDAR CRIANÇAS A SUPERAREM UMA PERDA

A infância é uma fase da vida protegida de frustrações. Muitos pais escolhem afastar dos filhos as dores da vida durante a infância, na tentativa de poupá-los para que assim desfrutem de um tempo onde não existe preocupação ou dor, apenas alegria. Embora esta prática seja cheia de boas intenções e de amor, isso impede que as crianças aprendam a lidar com sentimentos de perda. Consequentemente, encarar a perda de um parente, caso aconteça, ou até mesmo a separação dos pais ou alguma frustração do dia a dia, pode ser um desafio imenso para uma criança que nunca precisou encarar este tipo de situação. A criança vai construindo o conceito de morte juntamente com o desenvolvimento cognitivo. Por sua vez, esse desenvolvimento depende de como foram criadas antes do momento desta perda. Se os pais não têm medo da morte, se não pouparam os filhos das situações de perdas significativas, como por exemplo, a morte de um bichinho de estimação ou a morte de uma avó. Todas estas posturas refletem na forma com que ela irá lidar quando perder alguém. O Luto e a infância. Crianças têm consciência de que a vida pode terminar, porém, cabe ao adulto tentar reconhecer a inabilidade que a criança tem em falar sobre esse assunto ou entender esse processo, para que se dê a compreensão da criança sobre isso. Assim como os adultos, crianças em luto também podem passar pelos 5 estágios (raiva, negação, barganha, depressão e aceitação). Porém, ao contrário dos adultos, essas fases são demonstradas de maneiras diferentes e dependem do desenvolvimento psicológico de cada um. No geral, acontece da seguinte forma: Até os três anos: Não há compreensão do significado da morte e a criança raramente se perturba, mas pode ficar ansiosa em função da reação dos familiares. A partir dos três anos: A criança entende a morte como um processo reversível, sendo algo temporário e não permanente. Aos cinco/seis anos: A criança começa a entender a morte, mas a considera um evento não natural e não compreende seu caráter irrevogável, pois a morte está fora de sua própria experiência. Ela passa a associar a morte a termos fantasiosos (Ir morar no céu por exemplo). Após os sete anos: Começa a compreender que a morte é irreversível e passa a questionar a respeito. Também passa a fazer menção às causas concretas da morte (doenças, veneno, acidentes). Aos dez anos: Entende a morte como fim da experiência da vida e como processo irrevogável. Tem condições de compreender o sentimento de perda. Após os onze anos: A criança entende o real sentido da morte e passa a percebê-la como condição natural do ciclo de vida. Como adultos podem ajudar? Uma vez que as crianças possuem pensamentos, conceitos e percepções distorcidas ou imaturas a respeito da morte, principalmente do conceito de irreversibilidade, se tornam mais necessário que adultos responsáveis fiquem atentos ao comportamento. A raiva é uma reação esperada que pode se manifestar por meio de comportamento irritadiço, pesadelos, medos ou agressão. O luto patológico pode conduzir ao isolamento, a retrocessos do desenvolvimento, infantilização, desinteresse, sintomas psicossomáticos, insônia, pesadelos, perda de apetite, medo, angústia de separação, crises de pânico e ansiedade, incapacidade ou recusa de encarar a realidade, depressão leve e crônica, baixa autoestima e baixo rendimento escolar. No contexto clínico, destacam-se quatro tarefas que o psicólogo deve promover na intervenção para que as crianças atravessem o luto: Compreender: a criança procura determinar de forma interna a causa da perda e a situação em que ela aconteceu. Lamentar: é o sentir e experimentar os sentimentos dolorosos da perda e compreendê-los como algo normal nessa situação. Comemorar: é desenvolvida uma forma pessoal e significativa de relembrar e homenagear a pessoa que se perdeu. Seguir em frente: fazer com que a criança descubra maneiras de manter uma conexão interna com a pessoa perdida ao mesmo tempo em que desenvolve novas atividades, novas amizades, frequenta a escola e brinca. Essas atividades facilitam a elaborar e encontrar um significado para os sentimentos da criança, além de promover mudanças de significado da relação com a pessoa perdida. Vale ressaltar que para que a criança compreenda a morte, com os recursos que sua idade permite, ela não deve ser excluída da experiência da perda. Isso faz com que ela perceba a realidade. Naturalmente, essa realidade será a que a criança puder fazer, encontrando comportamentos e ações que deem um significado à perda. A criança deve ficar à vontade para exprimir os seus sentimentos. Não devemos obrigá-la a ir ao enterro ou velório caso ela esteja assustada. Poderá futuramente encontrar outras maneiras de se despedir e recordar através de fotos e lembranças. Caso ela manifeste desejo de participar do velório ou enterro, informe-a sobre o que verá, explique a razão de estarem ali, deixando-a livre para perguntar e para ficar o tempo que desejar.

Nós usamos cookies para te dar uma melhor experiência em nosso site. Para mais informações, por favor veja nossa política de cookies